A cadeira de número seis tem por patrono o artista do verso Antônio
Arêas Júnior. Nascido em 26 de junho de 1912, Arêas Júnior produzia versos
desde a mais tenra idade. Foi aluno da Academia de Comércio de Campos.
Participava de tertúlias inspiradas com poetas como Jacy Pacheco, Luiz Marinho,
Waldebrando Rossi e Rangel de Souza. Ainda estudante, escreveu “O Fermento do
Futuro”, poema de grande qualidade escrito em homenagem aos estudantes de
Campos e que mereceu elogiosos comentários do poeta Manoel Joaquim da Silva
Pinto. Na década de trinta do século XX, Arêas Júnior escrevia uma coluna
chamada “Picolé Singelo” no jornal “Folha do Commercio”, sob o pseudônimo de
Aristarco II. Produzia sonetos de apurada beleza como “Natal”, “Abstração” e
“Promessas”, sendo este último escolhido por mim para a leitura em homenagem ao
ilustre poeta:
Para
a conquista do teu beijo ardente,
Muito
eu te prometi – o céu, os mares,
As
estrelas que vês, rutilamente,
Lá
pelo espaço, embelezando os ares.
Tudo
eu te prometi ardentemente,
Para
gozar a luz dos teus olhares.
Para
te ver ao lado meu contente,
Sorrindo
e bendizendo os meus cantares.
Mas,
minha amada – dona de meu verso,
-Embora
uma mentira isso pareça,
Provarei
que é verdade a quem quiser!
Quando
eu te prometi todo o Universo,
Não
tinha onde pousar minha cabeça
A
não ser em teu colo de mulher.
Arêas Júnior, autor destes e de outros versos maravilhosos,
faleceu em 09 de novembro de 1942 mas deixou uma obra imorredoura e que
garantiu-lhe a eterna homenagem da Academia Pedralva Letras e Artes que fez por
bem colocá-lo como patrono da cadeira da qual serei fiel guardião e incansável
defensor.
*Biografia
extraída de trecho do discurso de posse do acadêmico Carlos Augusto Souto de Alencar.