Antônio
Sarlo foi um jornalista de mão cheia, um dos articulistas de primeira água, e
ferrenho polemista que em todos os debates travados saiu vitorioso.
Nasceu em
Morro do Coco, na fazenda dos seus pais, que eram donos daquele distrito quase
todo, foi um bom jogador de futebol (amador), residiu no Rio de Janeiro (antigo
Distrito Federal) foi comerciante em Campos, proprietário da Casa Branca;
depois exerceu com brilhantismo o magistério, sendo famoso orador, tanto
político, como professor; dirigiu os jornais “O Dia” e a “Folha do Comércio”,
colaborou no jornal “A Cidade”. Com as colunas “Às Terças” e “Às Quintas”, onde
travou várias polêmicas memoráveis com o Padre Rosário, Mário Newton Filho,
Edgard Coelho dos Santos e outros, sempre saindo vencedor, devido ao seu grande
conhecimento da língua portuguesa. Colaborou também no jornal “Monitor Campista”,
com as colunas “Vigiai e Orai” e “Reflexões”, de fundo filosófico-espírita,
pois sendo espírita tinha grande conhecimento de causa e cultura religiosa.
Devemos
muito ao nosso pai espiritual, que foi Antônio Sarlo, que tanto fez para a
nossa formação intelectual e religiosa, pois foi ele quem nos fez tomar gosto
pelas coisas belas do espírito. Quase tudo devemos àquele mestre inesquecível
para nós.
A vida
desse amigo sempre foi uma luta constante em defesa da moral, pois a dele era
inabalável. Era amigo dos seus amigos e estava sempre pronto a ajudá-los. Quem
precisasse de um pouco de carinho tanto material como espiritual, ele o sabia
dar.
Com o seu
coração desprovido de vaidades terrenas, era para os amigos um pouco de pai,
irmão e filho, devido ao modo simpático e simples de encontrar rápidas soluções
para os mais intrincados problemas dos seus semelhantes.
O nosso
mentor espiritual tinha sempre uma palavra de estímulo para todos que o
cercavam, como bom cristão que era.
A sua larga
experiência no plano espiritual ajudava a enfrentar com galhardia as vicissitudes
que a vida apresentava e saía sempre vitorioso em todas as nuanças.
A Câmara de Vereadores de Campos
resolveu premiar aquele que teve a vida dedicado ao bem, aprovando o projeto de
um vereador ilustre da cidade de Campos/RJ, dando a uma rua o nome de Antônio
Sarlo que está localizada no Parque Corientes, monumento que é uma partícula
das homenagens que deveriam ser prestadas àquele mestre da simplicidade, pelos
inúmeros benefícios que trouxe para Campos. Este verdadeiro mestre foi
responsável por muitas formações de caráter, pois, no Colégio Agrícola de Campos,
que hoje ganhou o seu nome, graças aos seus méritos de mestre de ensino,
querido por todos, exerceu um verdadeiro sacerdócio.
Foi nomeado
pelo Governador Badger Silveira para Direitor daquele educandário. Com o
afastamento do seu amigo colocou o seu cargo à disposição daqueles que iriam
dirigir os destinos do Estado do Rio de Janeiro.
Após a sua
desencarnação foi reconhecido um pouco dos seus méritos, dando-se o nome do
prof. Antônio Sarlo àquele estabelecimento de ensino, como reconhecimento por
tudo que ele fez em vida.
Antônio
Sarlo era casado com a professora Antonieta Borges Judice, que lecionou inglês
no Liceu de Humanidades de Campos.
O mestre e
amigo Antônio Sarlo desencarnou após uma cirurgia na Santa Casa de Misericórdia
de Campos.
O seu
passamento enlutou principalmente os meios espíritas de Campos, porque fazia
palestras notáveis, devido ao seu alto conhecimento no que tangia a questões
espirituais.
Ele partiu, mas deixou muitos adeptos para
seguirem os seus passos, graças às delicadezas de sua festiva alma tão cheia de
amor para distribuir com os seus irmãos menos privilegiados.
Nos círculos dos Numes, onde reside
atualmente, ocupando um lugar de destaque, o mestre Antônio Sarlo deve estar
sorrindo por ver germinar a semente de bondade lançada pelas mãos cheias de fé,
amor e luz.
Figura como Patrono da Cadeira nº. 32 da Academia
Pedralva Letras e Artes, bem como figurou como patrono da Cadeira nº 03 do Instituto
Campista de Literatura.
Fonte: biografia escrita por Constantino Gonçalves, no “Painel
Literário W/S” do Jornal “A Cidade”, no dia 28 de abril de 1982 (texto adaptado).