Narcisa Amália de
Campos nasceu em São João da Barra/RJ no dia 3 de abril de 1856. Foi uma poeta,
escritora e jornalista brasileira. Foi a primeira jornalista profissional a
atuar no Brasil. Movida por forte sensibilidade social, combateu a opressão da mulher,
o regime escravista, segundo Sílvia Paixão, “um dos raros nomes femininos que
falam de identidade nacional” e busca sua própria identidade “numa poética
uterina que imprime o retorno ao lugar de origem”.
Colaborou na
revista A leitura (1894-1896) e escreveu muitos artigos de cunho feminista e
republicano.
Narcisa era filha
do poeta Jácome de Campos e da professora primária Narcisa Inácia de Campos.
Mudou com a família para o município de Resende aos 11 anos. Aos 14, se casou
com João Batista da Silveira, artista ambulante de vida irregular, de quem se
separou alguns anos mais tarde. Aos 28 anos, em 1880, casou-se novamente com
Francisco Cleto da Rocha, mas a união não durou e o casal se separou pouco
tempo depois, obrigando-a a deixar Resende, em especial por conta dos boatos
espalhados por seu marido na cidade.
Mudou-se para a
Capital, dedicando-se ao magistério, e, em 13 de outubro de 1884, fundou um
pequeno Jornal Quinzenal, “o Gazetinha”, suplemento do Tymburitá que tinha como
subtítulo, “folha dedicada ao belo sexo”.
Por ter sido
casada e divorciada em duas ocasiões, isso gerava forte estigma social na
época. Seu único livro é “Nebulosas”, publicado em 1872, com uma nova edição em
2017 pela Gradiva Editorial e a Fundação Biblioteca Nacional. A obra foi muito
bem recebida na época de seu lançamento, tendo sido inclusive comentada por
Machado de Assis e Dom Pedro II.
Narcisa faleceu no
dia 24 de junho de 1924 aos 72 anos, pobre, cega e paralítica, sendo seu corpo
sepultado no cemitério de São João Batista, no Rio de Janeiro. Antes de sua
morte, deixou um apelo:
“Eu diria à mulher
inteligente [...] molha a pena no sangue do teu coração e insufla nas tuas
criações a alma enamorada que te anima. Assim deixarás como vestígio
ressonância em todos os sentidos.”
Por sua atuação
literária e social, Narcisa figura entre os patronos da Academia Pedralva
Letras e Artes, sendo homenageada na Cadeira nº. 13 da instituição.
Fontes: http://www.fiocruz.br/biosseguranca/Bis/Biograf/ilustres/narcisa.htm
e https://pt.wikipedia.org/wiki/Narcisa_Am%C3%A1lia
(acesso em 17 de julho de 2018).