Abertura de Edital

A presidência da Academia Pedralva Letras e Artes comunica a abertura de edital para preenchimento de quatro vagas no quadro de acadêmicos da instituição, conforme texto abaixo:

Revista Horizonte 22 e o Movimento Modernista em Campos dos Goytacazes-RJ

A partir do ano de 1954, o Clube de Poesia de Campos passou a publicar a Revista Horizonte 22, que tinha como norte os princípios estéticos que nortearam a Semana de Arte Moderna de 1922. Tendo como diretor o poeta Mário Newton Filho, como secretários os poetas Genaro de Vasconcelos e Vilmar Rangel e como diretor artístico o professor Oswaldo Peixoto Martins, a revista contou com seis volumes, sendo o último datado do ano de dezembro de 1956.



Em contrapartida, foi lançada, no mesmo ano de 1954, a revista Paralelo 38, com a intenção de combater o movimento representado pela revista Horizonte 22 e demarcar o espaço de criações literárias voltadas para o movimento parnasiano, por exemplo. A revista, que contou com um único volume, teve colaborações de nomes como Pedro Manhães, Pedro Caputti, Gercy Pinheiro de Sousa e outros.


Acesse abaixo as revistas Horizonte 22 e Paralelo 38 na íntegra:


Horizonte 22 - Vol. 1 (novembro/dezembro de 1954)

Paralelo 38 - Vol. 1 (novembro de 1954)

Horizonte 22 - Vol. 2 (janeiro/fevereiro de 1955)

Horizonte 22 - Vol. 3 (julho/agosto de 1955)

Horizonte 22 - Vol. 4 (outubro/dezembro de 1955)

Horizonte 22 - Vol. 5 (janeiro/março de 1956)

Horizonte 22 - Vol. 6 (outubro/dezembro de 1956)

Poema "O relógio das almas vendidas", de Carlos Augusto Souto de Alencar

Em homenagem aos 56 anos do nascimento do poeta e compositor brasileiro Agenor de Miranda Araújo Neto, mais conhecido como Cazuza, nascido em 04 de abril de 1958, aos 125 anos do nascimento do ator e diretor inglês Charles Spencer Chaplin, mais conhecido como Charlie Chaplin, nascido em 16 de abril de 1889, e aos 110 anos de nascimento do pintor Salvador Domingo Felipe Jacinto Dali i Domènech, mais conhecido como Salvador Dali, nascido em 11 de maio de 1904, publico meu poema "O relógio das almas vendidas" que foi inspirado na música "O tempo não para", de Cazuza, no filme "Tempos modernos", de Charlie Chaplin, e no quadro "A persistência da memória", de Salvador Dali. Este poema foi o primeiro colocado no X Concurso Literário de Casimiro de Abreu em 2009, foi finalista do X FESTCAMPOS de Poesia Falada em 2008 e recebeu menção honrosa no I Concurso Literário da Academia Poçoense de Letras em 2009. Espero que os leitores apreciem.

O relógio das almas vendidas:








Tique-taque


passa tempo, tempo passa,


que vidinha mais sem graça


não se beija, não se abraça


nem se olha a bela praça


ganhar grana? Só com raça!


Tique-taque


passa tempo, tempo passa,


a saúde se despedaça


não reclame, apenas faça


e nem pense em arruaça


ou qualquer forma de ameaça.


Tique-taque


passa tempo, tempo passa,


utilize uma mordaça


produzir é a tua taça


você não é gente, é só massa


nem caçador, é só caça.


Tique-taque


passa tempo, tempo passa,


esse relógio te amassa


esse mundo te rechaça


não atura tua obra crassa


nessa tua vida palhaça.


Tique-taque


passa tempo, tempo passa,


que vidinha mais sem graça


não reclame, apenas faça


você não é gente, é só massa


nessa tua vida palhaça.


Tique-taque


passa tempo, tempo passa,


passa graça, graça passa,


passa abraça, abraça passa,

passa praça, praça passa,


passa raça, raça passa.


Tique-taque


passa vida, vida passa...



Poema "Ladilala", de Carlos Augusto Souto de Alencar

Em homenagem aos 182 anos do nascimento do escritor inglês Charles Lutwidge Dodgson  (que ficou conhecido pelo pseudônimo Lewis Carroll), nascido em 27 de janeiro de 1832, publico meu poema "Ladilala" que foi inspirado em sua obra mais conhecida: "Alice no país das maravilhas". Este poema foi o quinto colocado no FESTCAMPOS de Poesia Falada no ano de 2011. Esta obra também tem raízes em "Doroteia", peça de Nelson Rodigues, e no quadro "Maya e a boneca", de Pablo Picasso. Espero que os leitores apreciem.


Ladilala:

Ladilala
tem asas e voa
no céu grená
iluminado pelo Sol verde.

Onde Ladilala voa
todos acompanham
bailando nas nuvens violetas
vendo o chão sobre suas cabeças.

Que alegria todos têm
ao ver a feiura de Ladilala
seus olhos tortos e fundos,
seu corpo disforme e sem graça.


Ladilala fica feliz
com a alegria de todos
mas sabe que a tristeza também é boa
quando serve de lição.

Um dia Ladilala caiu
num buraco no céu
e foi parar onde nem sabia,
lugar estranho, estranho...



O céu estava em cima,
o chão embaixo
as pessoas eram -que horror- lindas
e Ladilala não conseguia voar.


Todos fugiam de Ladilala
ou jogavam coisas nela
enquanto as lágrimas
saíam de seus olhos tortos.



Ladilala morava em becos
e aterrorizava-se ao ver,
em cada amanhecer,
o Sol amarelo no céu azul.

Depois de algum tempo
Ladilala percebeu que só os miúdos
olhavam para ela
e pareciam tristes, também.


Três deles vieram ao seu encontro:
um deu-lhe um livro,
o outro um conselho
e o último um beijo.


Levaram Ladilala
para um parque
e, quando brincava no balanço,
Ladilala caiu num buraco e voltou.


Todos festejam seu retorno
e cumprimentam Ladilala
que voa, com sua feiura,
iluminando os sorrisos.


O livro ela lê para todos,
o conselho ela segue sempre,
o beijo ela ensina aos feios
que voam no céu grená.


Ladilala, tão linda em sua feiura,
viu um mundo tão feio em sua beleza
e aprendeu que deve-se olhar sempre
para onde estamos voando...